O miado soou de novo, desta vez bem perto, e logo depois surgiu por entre as folhas a cabeça de uma formidável onça-pintada. Era um animal de extrema beleza, quase tão grande como o tigre de Bengala. Parou;farejou o ar. Depois ergueu os olhos para a árvore. Dando com o menino e o saci lá em cima, soltou um rugido de satisfação, como quem diz: “Achei o meu jantar! ” E tentou subir à árvore. Vendo que isso lhe era impossível, sacudiu o tronco tão violentamente que por um triz Pedrinho não veio abaixo, como se fosse jaca madura. Mas não caiu, e a onça, desanimada, resolveu esperar que ele descesse. Sentou-se nas patas traseiras e ali ficou quieta, só movendo a cauda e passando de quando em quando a língua pelos beiços.
— Ela é capaz de permanecer nessa posição três dias e três noites — disse o saci. — Temos que inventar um meio de afugentá-la.
Olhou em redor, examinando as árvores como quem está com uma ideia na cabeça. Depois saltou para a mais próxima e foi de copa em copa até uma que estava cheia de vagens. Escolheu meia dúzia das mais secas e voltou para junto do menino.
— Apare nas mãos o pó que vou deixar cair destas vagens. — disse ele, abrindo com os dentes uma delas.
Pedrinho estendeu as mãos em forma de cuia e o saci sacudiu dentro um pó amarelado. O mesmo foi feito com as outras vagens.
— Bem. Agora derrame este pó bem a prumo, de modo que vá cair sobre a cara da onça.
Pedrinho colocou-se em linha vertical com a fera e derramou de um jato o pó amarelo.
Foi uma beleza aquilo! Quando o pó caiu sobre os olhos da onça, ela deu tamanho pinote que foi parar a cinco metros de distância, sumindo-se em seguida pelo mato adentro, a urrar de dor e a esfregar os olhos como se quisesse arrancá-los.
Pedrinho deu uma risada gostosa.
— Que diabo de pó é este, amigo saci? — perguntou. — Vejo que vale mais que uma boa carabina...
— Isso se chama pó-de-mico. Arde nos olhos como pimenta e dá na pele uma tal coceira que a vítima até se coçará com um ralo de ralar coco, se o tiver ao alcance da mão.
Pedrinho escorregou da árvore abaixo, ainda a rir-se da pobre onça. Mas não se riu por muito tempo. Mal tinha dado alguns passos, recuou espavorido.
1. A onça aguarda Pedrinho e saci descerem da árvore:
a. Ansiosa, já que Pedrinho e saci passam o dia esperando.
b. Furiosa, já que Pedrinho e saci se recusam a descer.
c. Desanimada, já que não conseguiu derrubar Pedrinho e saci.
d. Sonolenta, já que sente muita preguiça com a espera.
=> O trecho do texto que comprova isso é: "Mas não caiu, e a onça, desanimada, resolveu esperar que ele descesse."
a. Ansiosa, já que Pedrinho e saci passam o dia esperando.
b. Furiosa, já que Pedrinho e saci se recusam a descer.
c. Desanimada, já que não conseguiu derrubar Pedrinho e saci.
d. Sonolenta, já que sente muita preguiça com a espera.
=> O trecho do texto que comprova isso é: "Mas não caiu, e a onça, desanimada, resolveu esperar que ele descesse."
2. Ao ver Pedrinho e saci empoleirados na árvore, a onça:
a. Sobe na árvore.
b. Sacode o tronco da árvore.
c. Desiste da caçada.
d. Agita-se intimidando Pedrinho e o saci.
a. Sobe na árvore.
b. Sacode o tronco da árvore.
c. Desiste da caçada.
d. Agita-se intimidando Pedrinho e o saci.
=> A onça, ao vê-los sobre a árvore, tenta subir nela, mas não consegue. Por isso começa a sacudir o tronco ("E tentou subir à árvore. Vendo que isso lhe era impossível, sacudiu o tronco...")
3. Ao perceberem que a onça permanece sentada, aguardando Pedrinho e saci descerem da árvore, o que acontece?
a. Pedrinho tem uma ideia mirabolante.
b. Saci cria um redemoinho, um pé de vento.
c. Pedrinho usa o bodoque.
d. Saci usa o pó amarelo de uma vagem.
=> O Saci sai pulando de copa em copa até encontrar uma com muitas vagens.
Depois pede para Pedrinho aparar nas mãos o pó amarelo retirado das vagens.
4. O que obriga Pedrinho e saci a criarem uma estratégia para tirar a onça debaixo da árvore e afastá-la é:
a. O saci saber que a onça pode ficar muito tempo esperando.
b. Pedrinho ter medo de altura e não conseguir ficar protegido na árvore.
c. O saci ter outras atividades importantes na mata.
d. Pedrinho ouvir os chamados de Narizinho.
=> A fala do Saci que comprova a resposta: "— Ela é capaz de permanecer nessa posição três dias e três noites — disse o saci. — Temos que inventar um
meio de afugentá-la."
5. O pó amarelado, retirado das vagens, afasta a onça. Isso ocorre por quê?
a. O pó paralisa a onça.
b. O pó encolhe a onça, deixando-a do tamanho de um filhote.
c. O pó deixa Pedrinho e saci invisíveis.
d. O pó arde ao entrar em contato com os olhos.
=> O pó amarelado das vagens era pó-de-mico. O Saci explica: "Arde nos olhos como pimenta e dá na pele uma tal coceira que a vítima até se coçará com um ralo de ralar coco, se o tiver ao alcance da mão.")
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